Lean no Agronegócio

Lean no Agronegócio – Porque precisamos do Lean

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Porque o Agronegócio brasileiro precisa do Lean

Apesar de solo, clima e tecnologia adequados, boa parte da Cadeia Produtiva do Agro é gerida com conceitos que datam do século passado. Neste post, explicaremos porque a aplicação do Lean no Agronegócio brasileiro será um grande diferencial competitivo.

Primeiramente, discorreremos sobre a história e os impressionantes resultados da Toyota Motor Company, referência mundial no Lean Thinking. 

Em seguida, descreveremos como o Lean aplicado ao Agronegócio Brasileiro  pode ajudar o pequeno, médio e grande produtores a aumentar substancialmente suas margens de lucro, garantindo assim a perpetuação de seu negócio no longo prazo.

Da falência à liderança mundial

Logo após o final da 2ª Guerra Mundial, por volta de 1950, o passivo da Toyota era quase 8 vezes seu valor de mercado e sua cadeia de fornecimento estava – literalmente – devastada.  Por isso, a falência da montadora era eminente.

Então, Toyota começou a desenvolver seu Sistema de Melhoria Contínua de Processos: o Sistema Toyota de Produção (Lean). Décadas depois, passou a ocupar as posições de liderança em seu mercado: em 2020, a Toyota teve resultados excepcionais, com lucro de US$ 19,1 Bi,  maior do que o lucro da Amazon (US$ 14,8 Bi)  e da British Petroleum (US$ 4,02 Bi) somados!

Afinal, por que a Toyota é muito mais lucrativa que seus concorrentes?

Primeiramente, vale salientar que, num mercado tão competitivo quanto o da indústria de 4 rodas, em 2020, a Toyota obteve margens – por unidade vendida – substancialmente maiores que seus concorrentes. A saber: o dobro do lucro da GM (+103%) e da Honda (+111%) e o quíntuplo do lucro que a Hyundai (398%)!

Lean no Agronegócio - Treinari

Fontes:

Vendas (Milhões de unidades)  Marklines. com

Lucro (Bilhões de US$) Fortune.com

Mas como isso é possível? Seguem algumas hipóteses:

Hipótese: Porque o volume de vendas da Toyota é substancialmente maior que o de seus concorrentes.

A tabela acima mostra que essa afirmação não é verdadeira.  Embora a Volkswagen tenha um volume de vendas muito próximo ao da Toyota, apresenta margem de lucro 17% menor que a montadora japonesa.

Falso. Em síntese,  o volume de produção (escala) não garante aumento das margens

Hipótese: Porque os meios de produção da Toyota (máquinas, equipamentos e tecnologia) são mais modernos que os de seus concorrentes

Tivemos o prazer de visitar  fábricas da Toyota, no Brasil e no Japão. De fato, na fábrica de São Bernardo, em São Paulo,  há em funcionamento uma máquina (prensa) que foi instalada na década de 1960.

Falso. Em síntese, os meios de produção utilizados pela Toyota são os mesmos ou às vezes, “inferiores”  àqueles utilizados por seus concorrentes 

Hipótese: Porque a Toyota tem “segredos industriais” que a diferenciam da concorrência

No Japão, qualquer pessoa pode comprar um ingresso para visitar uma fábrica da Toyota e  conhecer os processos de produção.

Lean - Treinari

Em 2018, durante a realização de um curso sobre Lean Thinking no Japão, visitamos  Takaoka Plant, na cidade Toyota.

Falso. A tecnologia e meios de produção são – praticamente – Commodities e estão acessíveis a toda a concorrência.

Hipótese: Porque o carro da Toyota é excepcionalmente melhor que os de seus concorrentes.

Ainda que a Qualidade dos veículos da Toyota seja excelente, o nível de satisfação dos usuários com as marcas concorrentes é similar, conforme a pontuação do  American Costumer Satisfaction Index:

Lean no Agronegócio - Treinari

Fonte: Clark.com The best and the worst car

Falso. De fato, a Qualidade dos produtos e serviços é uma necessidade. Por isso, num cenário tão competitivo quanto o mercado de 4 rodas, empresas cujo nível de  Qualidade  não seja adequado sucumbem.

Hipótese: Porque a Cultura Organizacional da Toyota reduz seus custos sistematicamente.

Depois que a 2ª guerra terminou, a Toyota desenvolveu seu Sistema de Melhoria Contínua de Processos – O Sistema Toyota de Produção – ou Simplesmente Lean. Afinal, nesse sistema, os desperdícios presentes nos processos são diária e metodicamente eliminados

Verdadeiro. Acima de tudo, o Sistema de  Melhoria Contínua (Lean Thinking ) desenvolvido pela Toyota  maximiza a eficácia do binômio mão de obra – máquina,  reduz custos e induz a organização à excelência operacional. Este SIM é seu diferencial competitivo!

Mas afinal, por que o Agronegócio Brasileiro precisa do Lean?

Segundo Andy Grove, lendário CEO da Intel nos anos 1990:

O Sucesso gera complacência. A complacência gera o fracasso. Só os paranoicos sobrevivem!

 

Agora, vamos analisar o contexto mundial do mercado para o agronegócio brasileiro, segundo as 5 Forças de Porter.   Mais especificamente quanto à

Ameaça de entrada de novos concorrentes (novos entrantes)

Em especial, consideraremos a concorrência gerada por países produtores Africanos, financiados por capital Chinês.

Características do agro brasileiro:

  • Disponibilidade de terra agriculturável/arável: 260 milhões de hectares
  • Clima: graças à sua localização geográfica, o clima (temperatura e umidade relativa do ar) é favorável ao cultivo
  • Disponibilidade de água para irrigação em vários biomas: o Brasil tem 12% da água doce do mundo
  • Tecnologia para agricultura tropical: o Brasil desenvolveu tecnologia agropecuária adequada aos trópicos, graças à Embrapa e parceiros.
  • Financiamento: Os Custos Administrativos e Tributários do crédito rural  são considerados altos, por especialistas do Valor Econômico
  • Custos Logísticos: O custo logístico para exportação de uma tonelada de Soja (1º produto de exportação do país), para seu principal comprador (China)  é de, aproximadamente, 12% do valor pago pelo cliente, pois a distância média dos portos brasileiros até Xangai é de 18.000 km, o Preço  da tonelada da Soja (FOB) é de US$ 480,00 e, por fim, o custo de Transporte da tonelada: US$  70,00 (Média entre os vários portos brasileiros, aproximadamente. Cálculos baseados nessa matéria do Valor Econômico)
  • Gestão da produção: Após termos visitado produtores nacionais de várias culturas (cana, soja, milho, feijão e mamão), cujas propriedades têm área de até 10.000 hectares, constatamos que, em suma, a gestão da produção (binômio mão de obra – máquina) é realizada segundo conceitos que datam do início do século passado. (Preconizados Frederick Taylor e  Henry Ford), frequentemente, o foco na melhoria de processos é incipiente e acima de tudo, apesar de uma excelente gestão de indicadores de resultados, há pouca ou nenhuma gestão de indicadores de processo

Características da  parceria África + China:

  • Disponibilidade de terra agriculturável/arável: Ao contrário do que se imagina, segundo o Banco Mundial, a África possui 400  milhões de hectares agricultáveis (2016)
  • Clima & Solo: A posição geográfica da área agricultável africana proporciona o mesmo clima (temperatura e umidade relativa do ar)  favorável ao cultivo das principais commodities agrícolas brasileiras. O solo africano – em sua região agricultável – é muito semelhante ao do Brasil, dado que os continentes Americano e Africano foram “um só”, há milhões de anos
  • Disponibilidade de água: Área agricultável tem precipitações médias de 800 mm a 1.200 mm por ano
  • Tecnologia para agricultura tropical: a tecnologia desenvolvida pelo Brasil  foi e é vendida para grandes players do mercado agrícola, ou seja, não é um diferencial competitivo
  • Financiamento: Atualmente, a China tem o segundo maior PIB do mundo, com previsão de ultrapassar os EUA, até o final desta década. Juntamente com o poder econômico, a China possui uma “vocação” para as obras de infraestrutura, necessárias ao continente Africano
  • Custos Logísticos: A exportação de produtos para a China, a partir de portos localizados na costa oriental da África, reduziria drasticamente os custos com logística.

Dessa forma, haveria Aumento da oferta mundial de commodities agrícolas + Queda dos preços dessas commodities + Diminuição dos volume de commodities brasileiras exportados para a China e por fim, Queda das margens dos produtores brasileiros

Mas como os Produtores rurais brasileiros podem se defender desta concorrência?

Primeiramente, vale lembrar que, dentre os fatores que influenciam os custos de produção, aquele sobre o qual o Produtor rural tem maior controle é o seu Processo de Produção.

Ou seja, a saída para maximizar seu lucro e até mesmo, manter margens adequadas de rentabilidade quando da entrada de novos concorrentes, é o desenvolvendo de uma Cultura de Melhoria Contínua de Processos ou Lean Thinking, que propiciará a redução sistemática dos custos operacionais.

O Lean Thinking é formado por conceitos – ao mesmo tempo – simples e poderosos, tais como  a Gestão Visual , o Kaizen Teain  e o Trabalho Padronizado 

Antes de mais nada, a implantação do Lean Thinking apresenta  custo benefício extremamente favorável e tem resultados comprovados no Agro

(clique aqui para ler sobre um Case de Sucesso, no plantio de cana-de-açúcar). 

Mas e você? Já está preparado para enfrentar a concorrência?

Assim como nós, você acha que a aplicação do Lean no Agronegócio Brasileiro pode ajudar o país?

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